Apae Brasil manifesta pesar pela morte de Júlia Bucher
Além da carreira acadêmica e de trabalhos em organismos nacionais e internacionais, a professora e psicóloga atuou também na Fenapaes, tendo sido uma exímia colaboradora na produção de obras científicas acerca da deficiência e em prol do fortalecimento da Rede Apae
A Apae Brasil recebeu com imenso pesar a notícia de morte da psicóloga e professora Júlia Sursis Nobre Ferro Bucher-Maluschke, que partiu nesta sexta-feira (23) aos 83 anos de idade.
Natural de Belém (PA), Júlia Bucher graduou-se em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 1964, e fez mestrado e doutorado em Ciências Familiares e Sexológicas pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica, respectivamente em 1969 e 1975. Já em 1976, recebeu o título de psicóloga pela Universidade de Brasília (UnB). E realizou pós-doutorado na St. John's University, nos Estados Unidos, em 1988, e na Universität Tübingen, na Alemanha, em 1996.
Durante a sua trajetória profissional, foi professora titular da Universidade de Fortaleza (Unifor) e emérita da UnB, exercendo ainda a função em outras universidades do país. Teve uma atuação essencial para a consolidação da área da Psicologia Clínica, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação, e foi uma das precursoras da área de Terapia Conjugal e Familiar no Brasil.
Além da carreira acadêmica e de trabalhos em organismos nacionais e internacionais, tais como Ministério da Saúde, Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS), a profa. Júlia atuou também na Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), tendo sido uma exímia colaboradora na produção de obras científicas acerca da deficiência e em prol do fortalecimento da Rede Apae. Júlia era mãe de Frederico, que tem deficiência intelectual.
Ao recordarmos o seu trabalho incansável em prol das pessoas com deficiência e suas famílias e do movimento apaeano, nos despedimos da eterna prof. Dra. Júlia Sursis Nobre Ferro Bucher-Maluschke, que deixa um legado inestimável – construído ao longo de décadas com dedicação, esmero, vitalidade e profissionalismo – e que enobrece a nossa história e permanecerá vivo em todos nós. É um trabalho que merece todo o reconhecimento, porque ampliou os horizontes e as perspectivas da sociedade brasileira sobre a relevância de estudos e da verdadeira aplicação de políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência e suas famílias.
Neste momento de profunda tristeza, a Apae Brasil manifesta a sua solidariedade à família, aos amigos e à comunidade de psicologia pela irreparável perda. Que o nosso bom Deus conceda forças e paz para que possam passar por esse momento de dor e sofrimento, e que, no abraço do apaeano movimento, também encontrem paz, conforto e o amor que precisam. Nossos sinceros sentimentos.